IMEI e SOMESE promovem debate sobre envelhecimento e direito à educação

O Instituto Mariano de Estudos e Inovação (IMEI), primeira faculdade vocacional do Brasil voltada exclusivamente para pessoas com 60 anos ou mais, foi destaque em um encontro promovido pela Sociedade Médica de Sergipe (SOMESE). Durante um almoço realizado na sede da entidade, o coordenador do IMEI, Dr. Márcio Fontes, conduziu uma palestra sobre envelhecimento e a melhoria das políticas públicas para a educação superior.

Com uma fala marcada por sensibilidade e profundidade jurídica, Dr. Márcio contextualizou o avanço da transição demográfica no Brasil e alertou para o despreparo estrutural das políticas educacionais voltadas à população idosa. “A educação é direito de todos. Quando eu digo todos, é independentemente da idade”, destacou o professor, ao citar os artigos da Constituição Federal e o Estatuto da Pessoa Idosa que garantem o acesso à educação ao longo da vida.

Segundo dados apresentados durante a palestra, a população idosa representa atualmente cerca de 30% dos habitantes de Aracaju, número que tende a crescer significativamente nas próximas décadas. “O mundo está envelhecendo, o Brasil está envelhecendo, Sergipe está envelhecendo. Precisamos construir uma sociedade que acolha e valorize essa população também na educação”, completou.

IMEI: uma resposta concreta às lacunas do sistema

O curso de Direito do IMEI foi desenvolvido para atender às demandas cognitivas, emocionais e sociais do público 60+.

Durante sua explanação, Dr. Márcio apresentou a proposta pedagógica e social do IMEI, sediado em Aracaju. Criado com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e na Década do Envelhecimento Saudável da OPAS, o Instituto surgiu para preencher uma lacuna histórica: a ausência de uma política de educação superior voltada especificamente às pessoas idosas.

O curso de Direito do IMEI, desenvolvido para atender às demandas cognitivas, emocionais e sociais do público 60+, é ofertado em regime trimestral, com turmas reduzidas, metodologias ativas e formação multidisciplinar. “Nossa missão é inspirar e proporcionar experiências transformadoras que valorizem a trajetória do saber sênior, promovendo longevidade com qualidade de vida”, explicou o coordenador.

Além da formação acadêmica, o IMEI promove imersões nacionais e internacionais, como as visitas à Itália para estudar políticas públicas de longevidade, e articula parcerias com universidades estrangeiras, centros de pesquisa e órgãos públicos. “Não estamos apenas ensinando, estamos produzindo conhecimento com impacto social e promovendo justiça intergeracional”, pontuou.

Conheça a infraestrutura do IMEI:

Repercussão e novos caminhos

A palestra foi amplamente elogiada pelos presentes, que destacaram a inovação da proposta e a relevância do tema. Médicos e professores relataram experiências pessoais e acadêmicas que reforçam a necessidade de ações concretas para o envelhecimento ativo, inclusive propondo parcerias para pesquisa e atividades culturais conjuntas.

A médica psiquiatra Edmeia Oliva, professora aposentada da Universidade Federal de Sergipe, ressaltou os riscos emocionais e cognitivos enfrentados por idosos após a aposentadoria. “É preciso preparar-se também emocionalmente para essa fase da vida. A proposta do IMEI é uma resposta concreta, inteligente e sensível a essa realidade”, disse.

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