Na sala de aula do Curso de Direito, do Instituto Mariano de Estudos e Inovação (IMEI), a alegria é contagiante. Com sede em Aracaju, a instituição é associada à Rede Geronto e única faculdade do país vocacionada a alunos com 60+ e a primeira a oferecer o curso jurídico à faixa etária. Ávidos e animados para um recomeço ou especialização, os passos acadêmicos abrem o horizonte e renova perspectivas pessoais.

O IMEI adota a experiência de vida como diferencial no aprendizado. A abordagem inovadora alia o saber sênior às práticas acadêmicas modernas, criando oportunidades para uma educação transformadora. As salas de aula contam com uso de tecnologia, em encontros que ocorrem três vezes, por semana, presencialmente. O ensino é personalizado e o número máximo de alunos, por turma, é de 30 estudantes.

Em entrevista à TV Globo de Sergipe, a diretora do IMEI, Suzana Funghetto, ressaltou que o retorno aos estudos é uma oportunidade de aprendizado contínuo, permitindo a atualização de conhecimentos e a descoberta de novos campos de interesse. “Essa experiência contribui ainda para a saúde mental e emocional ao estimular o raciocínio, ampliar horizontes e combater o isolamento social. Além disso, o ambiente universitário fortalece vínculos e promove a interação entre gerações”, afirma.

Aprendizagem contínua

O movimento de aprendizagem contínua e de valorização da experiência vê em Aracaju um cenário demográfico favorável. Segundo o último Censo (2022), enquanto a população total do estado cresceu menos de um por cento, o recorte do segmento de 60 + chegou a quase 4%, correspondendo a 13,3% do contingente populacional.

Para Suzana Funghetto, pioneira em pesquisas e estudos sobre o envelhecimento humano, o novo desafio traz bem-estar e fortalece a autoestima, que muitas vezes, ficou perdida no tempo. “O incentivo ao retorno dos idosos aos estudos é fundamental para a construir uma sociedade que valorize o aprendizado ao longo da vida e reconheça a contribuição única de cada indivíduo, independentemente de sua idade”, reitera.

Mercado de trabalho

A presença de idosos no mercado de trabalho, em Sergipe, reflete uma tendência nacional de valorização da experiência e do conhecimento dos trabalhadores mais velhos. Empresas locais têm reconhecido o valor de profissionais mais maduros, que trazem bagagem rica de habilidades e uma visão diferenciada. Além disso, a reinserção no mercado de trabalho contribui para a qualidade de vida dos idosos, promovendo autonomia e bem-estar.

Suzana Funghetto lembra que 30% da população de Aracaju é idosa e que, na última década, a participação deles no mercado de trabalho, segundo o IBGE, é maior do que a de jovens e adultos. “Estamos acompanhando a questão do envelhecimento no país e no mundo e a necessidade de um projeto de aprendizagem ao longo da vida e valorizarmos a questão da história de vida das pessoas.

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