O envelhecimento populacional no Brasil cresce, vivendo uma das transições demográficas mais rápidas da história. Os dados do Censo de 2022 mostram que 10,9% da população brasileira já tem 65 anos ou mais, um salto considerável em relação aos 7,4% registrados em 2010. A tendência é que esse número continue crescendo: até 2070, os idosos devem representar 37,8% da população, mais de 75 milhões de pessoas.
O avanço da longevidade é, sem dúvida, uma conquista social. A expectativa de vida no país, que hoje gira em torno de 75 anos, tem aumentado gradativamente nas últimas décadas, impulsionada pela melhora das condições sanitárias e maior acesso a tratamentos médicos.
Mas, por outro lado, esse envelhecimento acelerado impõe desafios significativos para as políticas públicas, o sistema de saúde e a previdência social.
Sistema de saúde sobrecarregado e carência de especialistas
O maior impacto dessa transformação demográfica recai sobre o sistema de saúde. De acordo com estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o Brasil ainda não está preparado para lidar com as demandas de uma população mais velha e, frequentemente, mais vulnerável.
Um dos pontos críticos é a falta de profissionais especializados. Em 2020, apenas 0,7% dos médicos brasileiros possuíam formação em geriatria, uma especialidade fundamental para acompanhar as especificidades clínicas e sociais da terceira idade.
Além disso, o acesso desigual aos serviços de saúde faz com que idosos de baixa renda enfrentem mais obstáculos para consultas, tratamentos e acompanhamento contínuo, o que acaba sobrecarregando os serviços de urgência e emergência.
Desigualdade de renda e pressão previdenciária
Se por um lado o envelhecimento traz conquistas na expectativa de vida, por outro expõe desigualdades históricas. Embora a distribuição de renda entre os idosos seja ligeiramente mais equilibrada do que nas faixas etárias mais jovens, disparidades regionais e socioeconômicas persistem. Muitos ainda vivem com rendimentos abaixo do ideal, dependendo integralmente de benefícios previdenciários.
Esse cenário coloca pressão sobre o sistema previdenciário brasileiro. Com a taxa de trabalhadores ativos por aposentado em queda, de 6,5 para 2,8 até 2050, cresce a preocupação com a sustentabilidade financeira da previdência social e com a necessidade de reformas que garantam a proteção aos idosos sem comprometer as futuras gerações.
Saúde mental: problema negligenciado
Outro dado alarmante revelado por estudos recentes é o baixo acesso de idosos a cuidados com a saúde mental.
Problemas como depressão, ansiedade e isolamento social atingem parcela significativa dessa população, mas apenas 2% realizam algum tipo de psicoterapia. O estigma em torno do atendimento psicológico na terceira idade e a oferta insuficiente de serviços especializados agravam esse quadro.
Especialistas alertam que, além de ampliar o atendimento médico e previdenciário, é urgente desenvolver políticas públicas que promovam a saúde emocional e o bem-estar dos idosos, integrando ações culturais, esportivas e comunitárias.
IMEI propõe caminhos para um Brasil que envelhece com dignidade e inclusão
Diante do envelhecimento populacional, o Brasil tem passos largos para a negligência e ainda não se preparou adequadamente para os desafios que isso representa.
O crescimento da população idosa exige investimentos consistentes em saúde, previdência e políticas de inclusão social. Sem essas ações, o país perpetua desigualdades e compromete a qualidade de vida de milhões de brasileiros que, felizmente, estão vivendo mais, mas precisam viver melhor.
Nesse contexto, o Instituto Mariano de Estudos e Inovação (IMEI) surge como um espaço dedicado a refletir, debater e propor soluções para garantir direitos, bem-estar e inclusão para a população 60+.
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